terça-feira, 1 de maio de 2012
Apenas ele.
Ficar em casa apenas assistindo a televisão estava se tornando algo muito chato, eu precisava sair, me distrair, precisava de algum pequeno contato com outras pessoas, a solidão que o inverno me trazia estava me deprimindo. Decidi então escovar meus cabelos, colocar uma calça jeans, um tênis e um casaco, e após fazer isso, saí de casa. Caminhava pelas ruas com as mãos no bolso, olhava para algumas vitrines e não notava nada de muito interessante. Quando estava preste a desistir e voltar, notei que no final da rua havia uma livraria aberta, eu como era obcecada por livros, não pensei duas vezes e corri para a livraria.
Ao adentrar na livraria notei que haviam alguns conhecidos nela e resolvi conversar com eles enquanto passava os olhos em todos os livros. Vi alguns livros de Agatha Christie, outros do Conde J. W. Rochester e outros que eu nem ao menos havia ouvido falar. Pensei até em comprar um dicionário de japonês que estava a venda, entretanto preferi não gastar meu dinheiro naquele momento, visto que pretendia gastá-lo com um novo jogo que havia acabado de lançar.
Continuei conversando com os meus conhecidos e percebi que eles até tinham uma conversa boa e prazerosa. Eles falavam a minha língua, eram inteligentes e não fúteis como a maioria das pessoas são, e aquilo havia me deixado à vontade. Comecei a me abrir mais e mais, a minha barreira estava sendo ultrapassada e quando perceberam, já conheciam o meu lado oculto, o meu lado risonho e alegre. Estava tão envolvida na conversa que nem percebi quando um homem entrou na loja e após um tempinho ficou me encarando.
Eu sentia seu olhar sobre mim, estava com medo de ser algum psicopata e já estava me preparando para correr o mais rápido possível quando saísse da livraria. Até que alguns dos meus conhecidos (e novos amigos) disseram que precisavam ir, e quando sobrou apenas um, resolvi ir embora com ele. Virei-me e tive uma surpresa.
Lá estava ele! O único homem que fazia meu coração disparar. Seus cabelos louros estavam um pouco mais compridos desde a última vez que o vi, seus olhos estavam mais azuis e brilhantes do que eu lembrava, e ele havia deixado a barba crescer. Meu coração começou a disparar novamente e eu já começava a me repreender. Não, aquele sentimento sufocante não poderia voltar. Eu odiava aquele sentimento que chamam de amor. Ele me sufoca, não me deixa respirar, ele me fazia ter vontade de beijá-lo, abraçá-lo, de tê-lo comigo por toda a vida e eu não queria aquilo. Queria a minha vidinha solitária, com poucos amigos, queria que minha barreira não fosse ultrapassada e o pior era que quanto eu mais lutava contra esse sentimento, mais ele crescia dentro de mim. Não havia escapatória, o amor havia possuído todo o meu corpo e era mais forte do que minha mente, era mais forte do que o meu desejo de estar sozinha.
Aproximou-se de mim com um sorriso e me perguntou se não sabia mais reconhecer um grande amigo. Amigo... Aquela palavra ecoava em minha mente várias e várias vezes. Amigo...
Quando eu menos esperava, ele me abraçou. Eu comecei a sentir o calor que emanava de seu corpo, sentia seu delicioso perfume invadindo minhas narinas, sentia seus braços trabalhados apertando o meu corpo, como se quisessem me proteger de algo, como se quisessem me proteger do mundo, como se quisessem erguer uma outra barreira ao meu redor. Já estava completamente envolvida em seu abraço, queria ficar ali durante todo o tempo do mundo, apenas sentindo o seu toque, mas infelizmente aquilo não era possível.
Separou-se de mim e me olhou nos olhos, parecia que ele conseguia ver através de meu corpo, parecia que ele lia meus pensamentos e conseguia ver a minha alma. Eu sentia como se ele soubesse de todo o sentimento que eu tinha por ele e via um carinho e ternura em seu olhar, parecia que ele sentia o mesmo. Envolveu-me em mais um de seus abraços e beijou o topo da minha cabeça, eu sentia as mesmas coisas que sentira antes, só que com mais intensidade, além de tudo sentia um enorme carinho envolvendo todo o meu corpo. Separou-se de mim novamente, agora com um enorme sorriso em seu rosto, não pude me conter e sorri também.
Acariciou me rosto por alguns segundos, segurou meu queixo e apertou seus lábios contra os meus. Meu corpo gelou, minhas pernas tremeram, meu coração parecia querer sair de meu corpo e correr pelo mundo afora. Finalmente pude sentir a maciez de seus lábios, finalmente pude me sentir completa e finalmente pude sentir minha barreira se quebrando em milhares de pedaços, aquela era uma sensação maravilhosa, uma sensação de liberdade e bem-estar. Após o pequeno toque de nossos lábios, abracei o homem de minha vida o mais forte que pude, para que ele nunca mais fosse embora. E ele nunca mais foi...
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